domingo, 8 de agosto de 2010

O MEDO DE PERDER TIRA A VONTADE DE VENCER

O Coritiba tem mais qualidade técnica que o Paraná e tática.

Mas isso não pode ser a justificativa para a derrota, pois se sempre que um time seja técnicamente melhor nem precisaria acontecer a partida para saber o vencedor.

Para sobrepor a qualidade do adversário é necesário ter uma estratégia de jogo para vencer e principalmente vontade para tal. E isto eu não vejo no comando do treinador Marcelo Oliveira. Não é a primeira vez que e o Paraná entra para não perder e se possível num lance totalmente esporático, não treinado e com a ajuda de sabe lá quem, o Paraná possa fazer 1x0.

No jogo de ontem ficou clara a falta de criatividade no meio-campo e na saída de bola tudo pelo fato do excesso de preocupação na marcação, dita pelo próprio treinador antes da partida. Quando perguntado como seria a estratégia para a partida ele disse:

"O Diogo fará uma marcação individual no Rafinha, o Alessandro (Lopes) e Diego (Correia) um deles marcará o Betinho e o outro na sobra..."

E para vencer a partida??? Não houve estratégia alguma

A marcação acabou sendo esta mesma:

Diogo >>> Rafinha
Alessandro Lopes>>> Betinho
Chicão>>> Marcos Aurélio
Jéfferson>>> Dudu
Diego Correia ficou na sobra

O 1º tempo foi equilibrado na posse de bola mas a diferença é que o Coritiba tinha uma estratégia de jogo diferente do Paraná que não tinha nenhuma jogada e deixava os jogadores muito separados. Vinícius, como todos os camisa 10 que jogam com o treinador Marcelo Oliveira, ficou isolado na armação. Os dois volantes além de não terem qualidade sufuciente para ajudar na armação se preocupam demais com a marcação.

Veja a imagem de como era o esquema quando o Paraná estava atacando.


Perceba o Coritiba sempre deixava 3 jogadores na frente segurando 4 ou 5 jogadores do Paraná na defesa.

Dentro do círculo amarelo os dois volantes que até tentavam as vezes ajudar o ataque mas com pouca qualidade. Perceba como os jogadores do Paraná ficavam distantes um dos outros.

Na imagem abaixo vemos como o Paraná se postou taticamente quando estava sem a bola:



A boa marcação não significa necessariamente ter o maior número de jogadores no campo defensivo. No esquema podemos ver isso. Apenas Bocão ficando na frente. Mesmo com este esquema o Coritiba teve claras chances de gol. Juninho salvou 2 bolas milagrosamente.

Mas se o objetivo realmente era não perder, estava dando certo até o treinador fazer as substituições. Totalmente pressionado, sem saída de jogo e com pouca posse de bola, o Paraná era engolido no 2º tempo.

Então, Marcelo Oliveira promoveu 2 substituições simultâneas. Tirou Jéfferson que vinha fazendo uma excelente partida, principalmente na marcação no Dudu e colocou Kim. Tirou Bocão e colocou Somália.

Com as alterações, Marcelo Oliveira abriu mão totalmente de jogar pelo lado direito do campo, se preocupando apenas na marcação. Diogo que vinha sendo o melhor jogador do Paraná marcando o Rafinha passou a marcar Dudu. Kim passou a marcar o Rafinha e Somália ficou isolado no ataque como já vinha acontecendo com Bocão. O grande problema que era o meio de campo não foi arrumado.

Sem um jogador centralizado na frente, o Paraná passou a ter apenas 4% da posse de bola perto da grande área o que sobrecarregava o sistema defensivo

O Coritiba então fez o gol. E o que o treinador Marcelo Oliveira fez? Tirou o Vinícius, que parece ter sentido caimbras, e colocou o William. Aí sobrou para os volantes Chicão e Camargo tentar armar alguma jogada e como não tem qualidade para isso sobrou "chuveirinho" na área.

Aliás, neste quesito de cruzamentos o Paraná teve um aproveitamento muito ruim. E não poderia ser diferente. Sem um ala-direito e um centroavante, como fazer o gol desta maneira?

Dos 35 cruzamentos que o Paraná fez, apenas 4 foram certos.

Nas finalizações, o Paraná teve apenas 7, porém nenhuma foi no gol. A única chance de gol que o Paraná teve na partida inteiro foi no 1º tempo quando Toscano recebeu o lançamento, entrou na área e ao invés de chutar ao gol tentou cavar uma penalidade que não existiu.

Destaque para o goleiro Juninho, Diogo, Diego Correia, Alessandro Lopes e Jéfferson. Tiveram muito trabalho e conseguiram na maioria das vezes levar vantagem, mas chega uma hora que o excesso de bolas em cima da defesa acontece uma falha aqui, outra ali. Como a bola não parava no ataque e no meio de campo, os defensores tiveram que se desdobrar lá atrás.

Repito o que escrevi no começo da análise, o Coritiba tem jogadores diferenciados e com muita qualidade técnica, mas não justifica o excesso de marcação e apenas isso. É preciso ter vontade e estratégia para vencer as partidas.

Queria deixar uma pergunta ao autor do gol, Rafinha:

Quem era você antes de chegar no Paraná ano passado? Como você não vai responder eu mesmo respondo. Era uma moeda de troca do São Paulo. Vivia pingando de clube em clube. Mas foi no Paraná que despontou para o futebol, mesmo com seus já 26 anos.

Falo isso porque sinceramente não entendi o motivo dele fazer sinais obscenos e xinagamentos a torcida Paranista e também de mandar ficar em silêncio a torcida que apoiou o jogador durante a passagem dele no Paraná. Ontem, logicamente, aconteceram vaias o que é normal no futebol, para ele antes e durante a partida.

Termino este post parabenizando a torcida pela fantástica festa que fez nas arquibancadas. Tomara que se repita muitas vezes neste campeonato.

No próximo post falarei mais sobre o treinador Marcelo Oliveira que pra mim vem fazendo um trabalho muito fraco no comando do Paraná.

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